I CHING

Um Oráculo ou um Livro de Sabedoria?

Da China Antiga, o I Ching (Yi Jing), também conhecido por "Livro das Mutações" (易经), é a única versão que restou dos três clássicos:
Lian Shan, Gui Zhang e Zhou Yi.

Na época do governo do tirano Qin Shi Huang Di, rei do Estado chinês de Qin de 247 a.C. a 221 a.C., presume-se que mais de cem escolas de pensamento foram perseguidas, originando uma grande queima de livros. Nessa época, o I Ching foi considerado um livro de magia e de adivinhação. Mas como a sua sabedoria já estava completamente entranhada na cultura do povo, esse clássico acabou sobrevivendo até os dias de hoje.

Sobre o I Ching, são amplamente conhecidos os textos de cunho ético do filósofo Confúcio (551 a.C - 479 a.C), chamados de Comentários, e agregados à compilação das imagens e julgamentos do I Ching, atribuídos ao Rei Wen (+ ou - 1.150 a.C) e ao seu filho, Duque Chou, responsáveis pela interpretação das enigmáticas imagens para o grande público.

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Os 64 Hexagramas

É difícil definir o que é o I Ching. Sua conexão com a Psicologia, evidenciada pelo prefácio de Carl Jung à tradução de Richard Wilhelm, faz do I Ching um modelo de Ética atemporal, também utilizado pelos sábios antigos como oráculo.

Os 64 hexagramas que formam o seu corpo simbólico representam todas as alternativas possíveis para uma determinada situação e suas variantes (64 x 64 = 4.096), mas também a evolução de todas elas, porque o mundo é regido pelo movimento, ou seja, pela mutação. Formados pelos 8 Trigramas, esses 64 símbolos representam a "imagem" que o Universo projeta sobre a Terra. Tais "imagens" permitem que as pessoas compreendam a ordem cósmica. Afinal, o I Ching não representa as coisas em si mesmas, mas os seus estados de transição. Ou seja, o I Ching está relacionado com as Leis que regem a natureza.


A essência do I Ching é dual: YIN e YANG.
Assim, a alternância entre as naturezas YIN e YANG é capaz de descrever tudo o que existe no mundo.

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É importante observar que, pela perspectiva do I Ching, tudo o que existe no mundo tende à mudança necessariamente. Sendo assim, resistir à mudança não é uma atitude digna do Homem Superior. O Homem Superior, descrito na obra, é o homem que adquiriu sabedoria porque age sempre de acordo com o fluir das circunstâncias.

O I Ching nos ensina que nem sempre a melhor atitude a ser tomada é seguir em frente, colocando em prática os nossos empreendimentos. É preciso termos clareza mental para entender que a obtenção do sucesso vai depender, muitas vezes, de se esperar por um momento mais oportuno para agir ou, até mesmo, de se desistir das nossas intenções. Portanto, essa é a principal função do Oráculo, a saber, indicar a melhor atitude a ser tomada ante as circunstâncias atuais.

O I Ching nos ensina que tudo muda, exceto a Lei da Mudança (que é imutável).


A SABEDORIA DO ORÁCULO

Quando temos uma questão muito importante para resolver e estamos em dúvida em como devemos proceder, o I Ching pode nos ajudar!

As recomendações do I Ching sempre visam as ações dignas de um caráter nobre e virtuoso. São as chamadas "ações livres de culpa". Como bem sabemos, pouco adianta estarmos no lugar certo e na hora certa se não soubermos o que fazer.

Os ensinamentos do I Ching são um verdadeiro guia para uma profunda compreensão do sentido da vida e do caminho para a felicidade.

A interpretação dos hexagramas do I Ching exige muito estudo e observação. Que tal começar a estudar esse clássico da Sabedoria Oriental?

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